Reforço de 166 militares é para a Copa das Confederações.
Período de jogos tem sido marcado por protestos na capital mineira.
Cinquenta e três policiais da Força Nacional de Segurança chegaram, na madrugada desta quinta-feira (20), a
Belo Horizonte
para reforçar o policiamento durante a Copa das Conferações. De acordo
com a Polícia Militar, outros 113 são esperados nesta sexta-feira (21). O
comboio saiu de Brasília, e a previsão é que os militares fiquem na
capital até quando for necessário.
Integrantes da Força Nacional chegam a Belo Horizonte. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Na terça-feira (18), o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia,
pediu o apoio para ajudar a conter os protestos em Belo Horizonte. A
solicitação foi feita durante um encontro entre Anastasia e a presidente
Dilma Rousseff em Brasília. Segundo a assessoria de imprensa, o
governador esteve na capital nacional para anúncio do marco regulatório
da mineração.
O Ministério da Justiça informou, em nota, que efetivos serão enviados
para cinco das seis cidades-sede da Copa das Confederações. Segundo a
pasta, a disponibilidade da Força Nacional de Segurança já estava
prevista no plano de segurança firmado há mais de um ano na organização
do evento e não se relaciona com a onda de protestos que se alastrou por
diversas capitais na última semana.
Protestos em Belo Horizonte
Cerca de dez mil pessoas participaram do quarto dia de protestos em
Belo Horizonte, nesta quarta-feira (19). Os manifestantes, que se
concentraram incialmente na Praça Sete, no Centro, deslocaram-se por
diversos pontos da cidade e chegaram a ocupar as escadarias da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ao todo, cinco pessoas foram
detidas, duas por furto e outras três por portarem bombas caseiras,
pedra, entre outros objetos, segundo a Polícia Militar (PM).
Manifestantes ocupam escadaria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Foto: Tarcísio Badaró/G1)
A manifestação começou por volta das 13h, de forma pacífica. O Pirulito
da Praça Sete foi tomado por jovens , que protestavam contra causas
variadas, como o valor das tarifas de ônibus, a PEC 37, que limita a
atuação do Ministério Público, a corrupção e os investimentos feitos
para as Copas do Mundo e das Confederações. Entre diversas bandeiras do
Brasil, uma faixa dizia que “amanhã vai ser outro dia”. O trânsito foi
completamente fechado nas avenidas Amazonas e Afonso Pena, além de
outras vias do Centro.
O clima tranquilo foi interrompido pela explosão de diversas bombas
caseiras. Em resposta, a multidão pediu a não violência. Depois de três
explosões, a polícia interveio e houve corre-corre na Praça Sete. Na
confusão, um jovem ficou ferido e foi socorrido por militares. Neste
momento, a maioria dos comerciantes fechou as portas.
Depois que o clima voltou à tranquilidade, o grupo que se concentrava
se dispersou em várias manifestações fragmentadas. Parte seguiu em
direção à Praça da Estação, onde se estavam muitos policiais, inclusive
da Tropa de Choque, que acompanharam a passagem da passeata. O tráfego
ficou fechado nos dois sentidos da Avenida dos Andradas. Em seguida,
alguns manifestantes seguiram para Avenida Cristiano Machado e outros
retornaram em direção à Avenida Afonso Pena.
No quarto dia de protestos, manifestantes vão para
a porta da Prefeitura de Belo Horizonte
(Foto: Tarcisio Badaró / G1)
Muitos que estavam na Praça Sete se deslocaram para a Prefeitura de
Belo Horizonte. Durante o protesto, milhares se assentaram em frente à
sede da administração pública municipal. De lá, um grande grupo seguiu
em direção a Assembleia Legislativa Minas Gerais, seguindo pela Avenida
João Pinheiro e pela Rua Gonçalves Dias, vias em que o trânsito foi
interrompido.
Cerca de quatro mil pessoas, segundo a Polícia Militar, ocuparam a
escadaria do Legislativo Mineiro, no fim da tarde desta quarta-feira.
Cinquenta policiais fizeram a segurança do lugar, mas o protesto
continuou ocorrendo de forma pacífica. Cartazes foram pregados no local.
Por volta das 18h15, o grupo já havia deixado a Assembleia, retornando
para a Praça Sete, que permaneceu fechada até às 23h50.
Durante a noite, integrantes da manifestação continuaram se deslocando
pela cidade. Um grupo foi para a Savassi, e a passagem de veículos
também foi bloqueada na região.